O individualismo do congregado
Alexandre Martins,
cm.
Embora
a Congregação seja uma comunidade - uma forma de viver o Evangelho
com outras pessoas imbuídas no mesmo ideal - pode-se avaliar e
estudar o caso de uma individualidade ocasional do congregado
mariano.
Individual
sem ser individualista. É um aparente paradoxo que se vê em muitas
situações como a melhor ou mais apropriada forma de prestar um
testemunho perante uma sociedade secularizada.
Muitas
vezes o congregado vê-se em uma comunidade católica – paróquia,
capela, CEB – aonde ele é um entre muitos diferentes dele. Um
“estranho no ninho”, conforme o dito popular. Como agir de forma
que seja coerente com sua Consagração e, ao mesmo, tempo, não
ofensivo ao demais sendo uma imitação da Virgem Maria nas Bodas de
Cana, por exemplo? Nesta ocasião ela agiu de forma diferente dos
comuns – não criticou os noivos – mas, movida por sua caridade
sublime, como que obrigou a seu Divino Filho a apressar o início de
sua Vida Pública.
Uma
forma de agir seria justamente o individualismo de sua atitude, de
sua postura.
Não
importa se outros não façam. Ele faz.
Daí
a importância de uma correta e ortodoxa formação espiritual e
pastoral em sua Congregação Mariana. Daí a importância de ser ele
um autêntico estudante – um pesquisador, um inquisidor – do que
a Igreja deseja e quer de todos os cristãos.
Algumas
vezes ele se verá colocado em uma situação inusitada. Por exemplo,
de ser o único que não “dança”, em uma Missa. Outras vezes, de
ser o único que venera a Mesa Eucarística. De ser aquele que age
com sobriedade e amor durante uma procissão, dando testemunho, no
meio de uma multidão do que deve ser feito corretamente - não
apenas por um associado, mas qualquer fiel.
Não
duvidemos que este paladino solitário é sempre observado. Mormente
quando do uso de suas insígnias – sempre úteis em um mundo que
carece de sinais sensíveis – e que servem para destacar aquele
modelo que é almejado por tantos e tantos corações silenciosos.
Quantos não desejariam ser como ele! Quantos quereriam participar de
sua Congregação mas, por motivos vários – inibição, falta de
convite, vida irregular – não podem sê-lo.
Mas
todos podem imitar um autêntico congregado. Sim, isto é possível!
Basta olhar para ele. Basta imitar seus gestos que, se em nós
poderão inicialmente ser externos, com o passar do tempo serão com
certeza interiorizados e serão o elemento de uma verdadeira e
profunda conversão.
Olhar
para os autênticos congregados marianos é olhar para a própria
Virgem Maria. Senão, porque nos sudamos com um “Salve, Maria“?
Não nos reconhecemos – entre nós mesmo – outras “Marias”?
Que
a Virgem que ficou de pé no Calvário – Stabat Mater – nos ajude
a ficar de pé testemunhando a Verdade num mundo caótico.
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