Duas igrejas
Frequentemente
somos “convocados”, tanto por pessoas de fora da Igreja quanto de
dentro para tomarmos uma atitude condizente com o estado de
congregados sobre a atitude pouco ortodoxa de religiosos. Somos
chamados a opinar sobre aquele sacerdote que faz uma “Missa
aeróbica”, sobre aquela religiosa que se preocupa mais em subir
favelas para criticar a ação da polícia do que em anunciar o
Evangelho, sobre aquele teólogo que mistura esoterismo com Teologia
da Libertação...
A
“atitude coerente” dos congregados marianos sobre as aventuras,
digamos assim, do Clero e dos religiosos é muito simples e podem
dizer até simplista: Roma locuta, causa finita est - Roma
fala, a questão se encerra.
Os
congregados são famosos por sua obediência incondicional ao
pensamento dos Papas. Herança jesuíta. Em tempos de relativismos
como os atuais, nada mais saudável. É útil uma bússola em mares
revoltos. O pensamento do Vigário de Cristo sempre foi coerente com
a ortodoxia cristã. Mesmo os libertinos papas da Idade Moderna nunca
proferiram heresias em suas Bulas. Prova da assistência do Espírito
Santo.
Devemos
nos acostumar e fazer com que outros se acostumem a colocar um ponto
final em discussões quando há uma opinião clara da Igreja sobre
algum assunto. O que pode haver divergências é em assunto que ainda
está em fase de análise, estudo ou de deliberação local.
A
posição da Igreja sobre o aborto é clara: é um assassinato. Por
mais que médicos digam que estão privando a futura pessoa de
deformações ou que políticos estejam querendo que o controle
populacional deixe a natureza mais protegida.
O Rito
da Santa Missa obedece a Liturgia Romana, embora hajam adaptações
de acordo com as Conferências Episcopais de cada país. Nestes
casos, nos quais há adaptações e pedido da própria Igreja em
variações, podemos até nos confundir. Entretanto, o amor a Deus e
ao próximo impedem que coloquemos nossas próprias ideias em
suplantação ao bem comum.
Como
proceder em casos em que podemos ter liberdade? De acordo com o amor
a Deus, manifestado em levá-lo cada vez mais e melhor ao próximo,
ao qual servimos por amor a Cristo. Devemos ter em conta o melhor a
ser feito. Os congregados esmeram-se em fazer tudo o melhor possível.
Evitemos
os escândalos. Sigamos as diretrizes do Santo Padre e da Santa Sé.
Se não houverem dito nada sobre algum assunto ou se a questão for
deixada a critério de cada Bispo, obedeçamos o nosso Bispo local e,
se estivermos em outra igreja local, ao Bispo desta. Se for assunto
ainda menor, ao que recomenda nosso Pároco. Se for algo muito
pessoal , ao que nos diz nosso Confessor ou nosso Diretor Espiritual.
Devemos
com justiça desobedecer nosso Pároco se este estiver em desacordo
com o que prega nosso Bispo. Devemos ignorar nosso Bispo se estiver
em desacordo com o que diz a Santa Sé. Quanto a ponderar o que o
Santo Padre nos diz, cuidado: podemos estar começando uma nova
heresia, como Lutero e Calvino. Diz um antigo ditado “melhor errar
com a Igreja - o Papa - do que acertar sem ela”, como se isso fosse
possível.
Virgem
Fiel e Obediente, que levastes o Messias ao Templo para cumprir o
preceito mosaico da Purificação, justo vós, toda pura, ensinai-nos
a em tudo obedecer a nossos pastores e sermos fiéis à Igreja do
Cristo.
Alexandre Martins, cm.
31/12/1998