Apreço pela Liturgia
O
congregado deve manter um indistinto apreço pela Sagrada Liturgia
por ver nela um desdobramento do "sentir com a Igreja" -
juramento jesuíta tão característico dos filhos de Santo Inácio
de Loyola, onde também são incluídos os congregados marianos.
“Apreço
a liturgia” no sentido de uma correta execução os gestos e
posições assinaladas nos diversos oficios, nas respostas firmes,
bem como no sentido real de tudo o que aquilo significa e simboliza.
Rubricista
é o nome dado àquele que segue com afinco quase fanático ao que
diz as rubricas do Missal Romano. O congregado não é um
“rubricista”, no sentido extremo da palavra, mas procura estudar
e aprender o que recomenda a Sagrada Instrução sobre algum ofício:
é mais zelo pelas coisas de Deus do que outra coisa.
Por
vezes temos a sensação de estarmos em uma Igreja seccionada em
várias “pequenas igrejas”, numa deturpação do que o Sagrado
Concílio chama de “Igreja Particular”. Quem de nós não teve a
desagradável surpresa de participar de uma Santa Missa em uma
Paroquia onde o celebrante comete deslizes litúrgicos vexaminosos e
– pior - ordena que todos os participantes façam o mesmo?
Com
um correto aprendizado por parte do congregado - e para isto muito
auxilia uma formação litúrgica "romana", isto é,
“imparcial”, nas Congregações Marianas - fará deste mariano um
exemplo perante os demais cristãos que também participam da
celebração. E não precisara de muito para se fazer sentir um
saudável influencia no ambiente, evitando "choques"
desnecessários.
Uma
boa instrução na Congregação Mariana leva sobretudo aos moços a
uma atitude firme perante a Sociedade para que se possa não somente
impor-se como cristão, mas mesmo defender a Igreja do ataque dos
infiéis.
Isto
é demonstrado nas respostas firmes e claras do Pequeno Oficio, nas
Vésperas, no próprio Hino... O mesmo acontece nas respostas
litúrgicas. Deus conversa conosco e nós com Ele. Portanto, o Fiel e
Justo nos dirige sua Palavra e temos por conseguinte responder com a
firmeza dos mártires e a suavidade das virgens. Nossa resposta as
orações litúrgicas deve ter um tom audível e distinto, ao mesmo
tempo que não seja arrogante ou "gritante". Afinal, não é
dito no meio católico que não "assistimos" a Missa, mas
"participamos" dela?
Infelizmente
o aprendizado dos significados das diversas formas litúrgicas, dos
seus símbolos é visto atualmente como algo quase esotérico.
Somente alguns poucos "iniciados" poderiam participar deste
conhecimento. Nada mais errado. Afinal, não foi o mesmo Mestre que
disse "tudo às claras"? Existe algum documento da Igreja
reservado a leitura restrita somente de tal ou tal religioso? Mesmo
as cartas dirigidas somente aos Bispos e Cardeais estão na Internet
para que todos possam também ler caso queiram, católicos e mesmo a
não católicos...
Quanto
mais se conhece sobre a Liturgia mais se ama a Igreja de Jesus
Cristo. Quanto mais sabemos de tudo o que simboliza e significa nos
atos da Liturgia mais se desvela perante nos o amor com que Deus nos
ama.
Cada
Congregação Mariana pode de algum modo suprir esta lacuna em
reuniões para o Aspirantado sobre gestos e símbolos litúrgicos. As
Reuniões Gerais da Congregação Mariana podem vez ou outra convidar
palestrantes das equipes diocesanas de Liturgia. Isto sem dizer de
fazerem-se até mesmo "Academias de Liturgia" para
congregados e outros dentro das Congregações Marianas. Quão
benéfico isto seria !
O
que deve se evitar a todo o custo é a formação de uma espécie de
"rito especial" dentro da Igreja.
A
isto não serve uma catequese litúrgica, como se fosse criada uma
legião de "donos da verdade". Muitos organizam seus grupos
ou pastorais com atitudes como se a Liturgia fosse modificável para
este ou aquele ambiente, distorcendo o caráter adaptativo que foi
ensinado pelo Concílio. Isto nunca deve ocorrer com as verdadeiras
Congregações Marianas, fazendo suas "Missas particulares"
ou " Ritos próprios", como se fossemos uma maçonaria
católica.
Devemos
sim, influir no meio para que o ambiente onde vivamos seja cada vez
mais coerente com o que a Igreja espera de todos nós.
Os
verdadeiros “donos da Verdade” são os que são fiéis ao
Magistério da Igreja.
Alexandre
Martins, cm.
17/05/2005