Templos caem... - uma CM se mantém pelo seu amor a Deus
Alexandre Martins, cm.
(Publicado originalmente no Boletim “Salve, Rainha”
da Congregação Mariana da UFRJ em outubro de 1997)
“Roma não são os prédios, as pedras;
Roma são os romanos”.
s. Agostinho de Hipona
Contudo, esquecemos - por orgulho, soberba ou simples idiotice - que “não cai um cabelo de nossa cabeça sem que Deus saiba”[1]. Que somente Deus pode fazer o que quer quando quer[2], e que nós, pobres pecadores, estamos à mercê de várias intempéries de nossa vida.[3]
Muitos de nós quando estudávamos História das Civilizações, e até hoje mesmo, os que ainda a estudam, acham que a Igreja não sucumbiu perante tantos ataques por dentro e por fora somente devido à “proteção estatal” dos reis ou a algum “ardil jesuíta”. É simplório demais pensar assim. Chega às raias da senilidade...
Esquecemos da promessa do Messias que “as portas do Inferno não prevalecerão sobre ela”[4]. Esquecemos que nossas atitudes, se não firmadas em Deus, sucumbem[5]. Os templos caem...os cristãos não. Quem pode achar ainda intactas as igrejas de Cesaréia de Filipe, de Antioquia da Síria, de Alexandria do Egito? Há remanescentes do convertido eunuco da rainha de Candace?[6] A Etiópia é cristã?
Estes e outros foram consumidos por perseguições ou simplesmente deixaram de existir. A Igreja continua. Hoje, um país que não existia na época dos apóstolos possui o segundo maior Clero do mundo. Por quê ? Designios insondáveis de Deus... Mas o que Ele quer sempre nos dizer é que só se mantém o que Ele quer que se mantenha. Que só não sucumbe aquele que se apóia n’Ele[7].
As Congregações Marianas, então, não se apoiaram em Deus e sucumbiram? Ou melhor, não possuem mais aquela pujança anterior por confiarem demais em si? Olhemos para a História e veremos que maiores perseguições sofremos do que as que temos hoje. Mais perdidos ficamos do que estamos hoje. Mas tudo se resolveu - e se resolverá - se confiarmos na Providência de Deus, na retidão de nossos atos em Deus. Sofremos dificuldades, mesmo nós na Universidade, mas tudo concorre para o bem e são os sofrimentos, as dificuldades que nos fazem melhorar, nos fazem sair de nós mesmos e ir ao encontro de Deus.
O amor misericordioso refulge nos meus servidores na hora das perseguições contra eles movidas pelos seguidores do mundo. Tais perseguições são oportunidades para que demonstrem amor e paciência. (...) Nesta vida, os maus fazem crescer a virtude dos bons.[8] Para que possamos aproveitar das dificuldades - sempre as teremos e louvado seja Deus por elas - precisamos sempre, sempre retificar nossas intenções. Sejamos autênticos ! Autênticos congregados da Virgem Maria ! Ela, bondosa Mãe, nunca desampara aqueles que a ela recorrem !
Apliquemos isto a nossas dificuldades particulares, com nossa família, com nossa profissão, com nosso trabalho de apostolado na Universidade, com a manutenção de nossa Congregação...
É com gosto que encabeço uma única palavra estas páginas brancas que cada manhã começaremos a rabiscar: Serviram!, servirei, que é um desejo e uma esperança. Desejo, porque sinceramente quero dar este sentido à página inteira. Quero efetivamente servir a Deus, escrevendo direito e escrevendo aquilo que Ele quer. Esperança, porque confio, com a graça de Deus, fazer tudo aquilo que desejo.[9]
Se formos autênticos congregados, conseguiremos passar este amor marial a outros e outros, mantendo o ideal da Congregação. E, se não existir oficialmente uma Congregação, este ideal a fará reviver. Mas, se este ideal não existir, mesmo que tivéssemos uma sede própria, esta estaria vazia e às moscas. Um edifício sem manutenção cai. Um edifício com pessoas vivendo nele sempre está limpo e ao invés de cair, amplia-se.
“Nos cum prole pia, Benedicat Virgo Maria !”
Roma são os romanos”.
s. Agostinho de Hipona
É humanamente compreensível que apoiemos nossas iniciativas somente em nossos esforços pessoais e físicos. Afinal, é devido ao nosso esforço de acordarmos cedo que estamos na sala de aula. Foi devido ao nosso estudo que passamos no Vestibular. Foi devido à nossa decisão que ingressamos na Congregação Mariana.
Contudo, esquecemos - por orgulho, soberba ou simples idiotice - que “não cai um cabelo de nossa cabeça sem que Deus saiba”[1]. Que somente Deus pode fazer o que quer quando quer[2], e que nós, pobres pecadores, estamos à mercê de várias intempéries de nossa vida.[3]
Muitos de nós quando estudávamos História das Civilizações, e até hoje mesmo, os que ainda a estudam, acham que a Igreja não sucumbiu perante tantos ataques por dentro e por fora somente devido à “proteção estatal” dos reis ou a algum “ardil jesuíta”. É simplório demais pensar assim. Chega às raias da senilidade...
Esquecemos da promessa do Messias que “as portas do Inferno não prevalecerão sobre ela”[4]. Esquecemos que nossas atitudes, se não firmadas em Deus, sucumbem[5]. Os templos caem...os cristãos não. Quem pode achar ainda intactas as igrejas de Cesaréia de Filipe, de Antioquia da Síria, de Alexandria do Egito? Há remanescentes do convertido eunuco da rainha de Candace?[6] A Etiópia é cristã?
Estes e outros foram consumidos por perseguições ou simplesmente deixaram de existir. A Igreja continua. Hoje, um país que não existia na época dos apóstolos possui o segundo maior Clero do mundo. Por quê ? Designios insondáveis de Deus... Mas o que Ele quer sempre nos dizer é que só se mantém o que Ele quer que se mantenha. Que só não sucumbe aquele que se apóia n’Ele[7].
As Congregações Marianas, então, não se apoiaram em Deus e sucumbiram? Ou melhor, não possuem mais aquela pujança anterior por confiarem demais em si? Olhemos para a História e veremos que maiores perseguições sofremos do que as que temos hoje. Mais perdidos ficamos do que estamos hoje. Mas tudo se resolveu - e se resolverá - se confiarmos na Providência de Deus, na retidão de nossos atos em Deus. Sofremos dificuldades, mesmo nós na Universidade, mas tudo concorre para o bem e são os sofrimentos, as dificuldades que nos fazem melhorar, nos fazem sair de nós mesmos e ir ao encontro de Deus.
O amor misericordioso refulge nos meus servidores na hora das perseguições contra eles movidas pelos seguidores do mundo. Tais perseguições são oportunidades para que demonstrem amor e paciência. (...) Nesta vida, os maus fazem crescer a virtude dos bons.[8] Para que possamos aproveitar das dificuldades - sempre as teremos e louvado seja Deus por elas - precisamos sempre, sempre retificar nossas intenções. Sejamos autênticos ! Autênticos congregados da Virgem Maria ! Ela, bondosa Mãe, nunca desampara aqueles que a ela recorrem !
Apliquemos isto a nossas dificuldades particulares, com nossa família, com nossa profissão, com nosso trabalho de apostolado na Universidade, com a manutenção de nossa Congregação...
É com gosto que encabeço uma única palavra estas páginas brancas que cada manhã começaremos a rabiscar: Serviram!, servirei, que é um desejo e uma esperança. Desejo, porque sinceramente quero dar este sentido à página inteira. Quero efetivamente servir a Deus, escrevendo direito e escrevendo aquilo que Ele quer. Esperança, porque confio, com a graça de Deus, fazer tudo aquilo que desejo.[9]
Se formos autênticos congregados, conseguiremos passar este amor marial a outros e outros, mantendo o ideal da Congregação. E, se não existir oficialmente uma Congregação, este ideal a fará reviver. Mas, se este ideal não existir, mesmo que tivéssemos uma sede própria, esta estaria vazia e às moscas. Um edifício sem manutenção cai. Um edifício com pessoas vivendo nele sempre está limpo e ao invés de cair, amplia-se.
“Nos cum prole pia, Benedicat Virgo Maria !”
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1 - Mt 10,30
2 - Gn 1, 3; Mt 8, 2; 25, 26
3 - Ecl 1, 3; 2, 18-24
4 - Mt 16, 18
5 - Mt 7, 24
6 - At 8, 27
7 - Is 50, 10; Sl 39, 5
8 - Deus -Pai a S. Catarina de Sena , “O Diálogo”, ed. Paulinas, SP - pág. 168
9 - Salvatore Camals “ Reflexões Espirituais “, ed. Quadrante, SP, pág. 107