A Caneca da Festa - o Congregado que passou
Alexandre Martins, cm.
Há
momentos em nossa vida que surgem por vários fatores, como idade,
oportunidade, etc. Um emprego, uma viagem, uma excursão, são
momentos que marcam nossas vidas e que nos deixam lembranças. E
essas lembranças são levadas por nós por muito tempo, algumas por
toda a vida, como algo bom que foi vivenciado por nós.
Alguns
de nós participam de alguma festa, da qual esteve envolvido por
certo tempo. Como uma Festa da Cerveja, que durou alguns dias e que
até hoje conservamos seus souvenir, como a caneca comemorativa do
evento.
Os
que participam de festas assim, como a Festa do Colono em Petrópolis
(RJ) tem seus souvenires, suas fotos e até amigos que fizeram
naqueles dias de bebida e alegria. Para alguns, foram momentos únicos
e que deixarão lembranças, para outros, são momentos e amizades
que somente serão repetidos um vez por ano.
Há
pessoas que agem da mesma maneira em associações religiosas. São
aqueles que passaram por elas em algum momento de suas vidas, em
geral na juventude, e tiveram naqueles anos as suas experiências.
Como
um festival gastronômico em uma cidade turística, trouxeram seus
souvenires, suas lembranças e talvez té mesmo alguns amigos da
época que se tornaram amigos distantes, mas que não são amigos do
dia-santo.
Esses
“associados por algum tempo” carregam as lembranças daquela
época, como uma fita ou medalha, como os que foram naquelas festas
deixam a caneca da festa na estante de casa: é “uma lembrança de
um tempo bom”.
Os
que perseveraram nas associações, os que não entenderam aquele
compromisso como apenas um momento mas como uma nova vida, procuram
aqueles outros para retornarem e participarem novamente, mas sempre
escutam desculpas como “não tenho mais o tempo de antes”, “minha
vida mudou”, “o trabalho me consome”, “meus filhos não me
deixam com tempo”, etc. Respostas que, no fundo, significam que
aquele momento de suas vidas passadas na associação são vistos por
essas pessoas como um tempo de festa passageira ou um tempo em uma
escola e que necessariamente ficou para trás. Não querem retornar
pois veem algo que é passado, uma experiência vivida e nada mais.
Se a
tradição1
das Congregações Marianas orienta a expulsão de pessoas assim, em
outras associações, como as confrarias, isso pode não ocorrer, mas
em todas não se deve insistir demasiado nessa chamamento de antigos
membros. Alguns podem até mesmo retornar anos depois mas muitos
nunca mais voltarão. Para estes, sua medalha é apenas uma
recordação: a caneca da festa que deu tanta alegria no passado.
Virgem
Fiel, ensinai-nos a fidelidade e a constância!
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1- Regra 31: “Da Congregação será excluido todo o Congregado ou candidato que faltar notavelmente ou aos deveres comuns de bom cristão ou aos particulares que lhe impõem as regras” - Regras Comuns das CCMM, 1910.