Os Atos Oficiais de uma Congregação Mariana – I
atividades para cada um
Alexandre Martins,
cm.
É
comum, infelizmente, que alguns que participam das Congregações
Marianas em sua juventude acabem por deixar de frequentá-las quando
ingressam numa faculdade ou mesmo quando contraem matrimonio. Uma das
razões para isso - se não a razão principal - é que a programação
de atividades de uma Congregação Mariana seja dirigida a um tipo
específico de pessoas.
Se
entendermos que uma Congregação Mariana tem por característica
justamente direcionar-se para uma classe de pessoas, como jovens,
estudantes, etc, isso não seria um problema.
Entretanto,
após o Sagrado Concílio Vaticano II, a quase totalidade das
Congregações Marianas tornou-se paroquial, mista e sua
característica própria a não ser aceitar qualquer tipo de fieis
católicos. Com isso, não é estranho vermos em uma mesma reunião
de Congregação Mariana participantes que são jovens, ou casados,
ou solteiros, ou adultos, ou idosos e ate mesmo crianças. Se isso é
contrário à tradição das Congregações Marianas, pior ainda é o
problema que causa essa realidade: um formação rasa e generalista.
Se
em uma Congregação Mariana paroquial possa ser impossível a
separação por idade, instrução ou estado civil, uma alternativa
sera fomentar atividades que sirvam a essas classes de pessoas,
“conforme
a índole secular própria de sua condição de fiel leigo, inserido
nas realidades temporais e participando como cristão das atividades
inerentes a seu estado de vida e trabalho social.”1
Tomemos
como exemplo jovens que contraem matrimonio e são ativos na
Congregação Mariana. Por força de mudança de estado de vida, e,
inclusive, serem chamados a dar bom testemunho na vida matrimonial
como bons Congregados, esses jovens não terão o tempo e a
mentalidade necessárias para continuar com essas atividades que
faziam anteriormente. Cumpre, então à Diretoria da Congregação
Mariana proporcionar a eles novas atividades ou mesmo a participação
nas que a já existam, como as que sejam de acordo com seu estado
matrimonial, “com
atividades internas e trabalhos apostólicos próprios, com uma
coordenação especial.”2
Reuniões
especiais, tardes de formação temática e um sem numero de
atividades podem ser criadas ou ampliadas pela Congregação Mariana
para esse e outros casos. “É
igualmente, importante o conhecimento e a prática dos métodos de
trabalho pastoral que o capacitem para desempenhar eficazmente sua
missão apostólica e a atividade evangelizadora na comunidade em que
atua e no meio familiar e social.”3
Diz
S. João Paulo II:
“A vocação dos fiéis leigos à santidade comporta que a vida
segundo o Espírito se exprima de forma peculiar na sua inserção
nas realidades temporais e na sua participação nas atividades
terrenas. (…) o Concílio afirma categoricamente: ‘Nem os
cuidados familiares nem outras ocupações profanas devem ser alheias
à vida espiritual’. A vocação à santidade deverá ser
compreendida e vivida pelos fiéis leigos, antes de mais, como sendo
uma obrigação exigente a que não se pode renunciar(...) a vocação
à santidade anda intimamente ligada à missão e à responsabilidade
confiadas aos fiéis leigos na Igreja e no mundo. (...) inúmeros
fiéis leigos, homens e mulheres, que, precisamente na vida e nas
ocupações do dia a dia, muitas vezes inobservados ou até
incompreendidos e ignorados pelos grandes da terra, mas vistos com
amor pelo Pai, são obreiros incansáveis que trabalham na vinha do
Senhor, artífices humildes e grandes — certamente pelo poder da
graça de Deus — do crescimento do Reino de Deus na história.”4
A
norma para tudo isso pode ser resumida nesta frase “os
Congregados não podem participar de todas as atividades da
Congregação Mariana, mas a Congregação Mariana deve ter
atividades para todos os Congregados”.
Uma
Congregação Mariana ativa e responsável tem um calendário de
atividades bem diverso e rico. Reuniões de formação, reuniões de
diretoria, horas santas, apostolados e outros nem sempre podem ser
comparecidas por todos os Congregados, mas a Congregação Mariana
deve promover atividades para todos.
O
principio motor é a preocupação com a piedade do Congregado. A
partir desse principio, a Graça de Deus fara suscitar em nossas
mentes a criatividade em desenvolver novas atitudes de apostolado e
ascese.
Que
a Virgem nos ilumine!
2-
Regra de Vida 44
3-
Regra de Vida 31
4-
in “Exortação Apostólica Pós-sinodal Christifideles Laici –
sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no Mundo”,
30/12/1988