Maria Antonia doou sua vida por um ateu







Alexandre Martins, cm.


Esta Filha de Jesus ofereceu sua vida por um familiar que era agnóstico, dando provas de uma fortaleza edificante durante uma enfermidade dolorosa, falecendo aos 21 anos”



Em Tolosa, Espanha, nasceu uma menina aos 6 de março de 1898, filha do jurista Raimundo Bandrés e de Teresa Elósegui. Era a segunda de quinze irmãos, María Antonia Bandrés y Elósegui. Como nasceu frágil, recebeu tantos cuidados e preocupações que se tornou imatura com uma preocupante hipersensibilidade.
Sua mãe lhe inculcou muitos bons valores e uma grande devoção a Virgem Maria. Mas na adolescência a generosa e piedosa D. Teresa se preocupava a ponto de dizer: “Que menina indolente! Sofrerá muito com essa atitude”
Mas mesmo assim no coração da menina havia uma boa semente; Iniciou um trabalho de caridade aos pobres e carentes que viviam nos subúrbios acompanhando sua mãe. Neles via o rosto sofrido de Cristo. E eles se comoviam com seu espirito humilde, simples e generoso. A fineza no trato que brotava de sua caridade melhorou sua personalidade, aparando as arestas de sua personalidade.
No colégio de São José, construido por Madre Candida,, conheceu a fundadora das Filhas de Jesus, a qual viu na frágil moça uma futura vocação religiosa. “Tu serás Filha de Jesus”, lhe disse. Ingressando na Congregação Mariana do Colégio – na qual era Congregada “por conduta ilibada e aplicação” - fez os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola conforme a Regra. E foi num retiro desses que, no meio da oração, sentiu a chamada à vida consagrada.
Ingressou na Congregação das Filhas de Jesus no dia 8 de dezembro de 1915 aos 17 anos e em 31 de maio de 1918 fez os votos religiosos em Salamanca. Antoninha sentia um profundo amor por seus pais e irmãos, e ao ingressar no noviciado separar-se deles lhe custou muito, por isto ouviram-na dizer: “Só por Deus eu os deixei”.
Movida por um impulso do Espírito Santo, Irmã Maria Antonia havia oferecido sua vida pela salvação de um tio que estava num mau caminho. Entretanto, entendendo a espiritualidade da sobrinha, num momento de graça voltou ao bom caminho.
Pouco tempo depois a sua saúde, que já não era boa, começou a enfraquecer ainda mais. Até hoje não se sabe qual o mal que a acometeu, mas sabe-se que era incurável.
Irmã Maria Antonia faleceu no dia 27 de abril de 1919, dia da festa de Nossa Senhora de Montserrat. Ela morreu invocando Maria, Mãe de Misericórdia. Nos últimos instantes, foram-lhe concedidas graças de paz e de consolação. Ela exclamou: “Isto é morrer? Que doce é morrer na vida religiosa! Sinto que a Virgem está a meu lado, que Jesus me ama e eu O amo...”
Ela foi beatificada por S. João Paulo II em 12 de maio de 1996 juntamente com a Fundadora, Madre Cândida Maria de Jesus. Sua celebração litúrgica é 27 de abril.
Apenas um ano esteve como religiosa, mas sua vida edificante perante os sofrimentos fez a conversão de vários ateus e agnósticos que a conheceram. Uma menina frágil e indolente que se tornou, pela caridade e devoção à Virgem Maria, uma cristã com fortaleza e amor incondicional a Jesus Cristo.

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