Alexandre Martins, cm.
O Major Intendente Ovídio Alves Beraldo é uma figura emblemática na história militar brasileira, cuja trajetória notável é um testemunho de compromisso e dedicação ao Brasil. Nascido em Taubaté, São Paulo, no dia 22 de julho de 1902, Ovídio desde cedo demonstrou um forte senso de dever e um desejo inabalável de servir à sua pátria, valores que o acompanhariam ao longo de sua vida.
Início da Vida e da Carreira Militar
Filho de José Alves Beraldo e Maria Augusta Beraldo, Ovídio iniciou sua jornada nas Forças Armadas brasileiras em 29 de novembro de 1920, quando ingressou no Exército Brasileiro. Sua capacidade de liderança e habilidades organizacionais rapidamente se destacaram, fazendo com que ele fosse transferido para o Quadro de Intendentes da Aeronáutica em 29 de janeiro de 1942, em um momento em que o Brasil se preparava para desempenhar um papel importante na Segunda Guerra Mundial.
O casamento com a Sra. Alcina Ribeiro Beraldo foi um marco significativo em sua vida pessoal, e juntos tiveram quatro filhos: Wayr Augusto, um engenheiro; Nylze e Iná, ambas contadoras; e Kenio Alcyr, que seguiria os passos do pai, tornando-se Coronel Intendente da FAB.
Contribuições na Segunda Guerra Mundial
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Major Ovídio ocupou uma posição pivotal como Chefe do Serviço de Intendência. A responsabilidade sobre a coordenação de recursos e logística da Força Aérea Brasileira fez dele um dos homens mais influentes ao lado do Brigadeiro Nero Moura. Seu treinamento intensivo em Orlando, Flórida, onde completou o curso "Engineering and Administrative", preparou-o para enfrentar os desafios logísticos complexos da campanha militar.
Chegando à Itália em 6 de outubro de 1944, Ovídio desempenhou um papel crucial nas operações no Teatro de Operações Italiano. Sua capacidade de gerenciar suprimentos e recursos foi fundamental para o sucesso das missões em que esteve envolvido, contribuindo de maneira significativa para o esforço de guerra brasileiro e para a história militar do país.
Pós-Guerra e Legado
Após a guerra, Ovídio retornou ao Brasil em 7 de janeiro de 1945 e continuou a brilhar em sua carreira na FAB. Ele ocupou uma série de posições de destaque, não apenas como Oficial de Gabinete do Ministro da Aeronáutica, mas também como Diretor Geral de Intendência. Sua contribuição ao Serviço de Intendência da DIRMAB e sua atuação como subdiretor de provisões e finanças demonstraram seu comprometimento em aprimorar a administração e eficiência das Forças Armadas.
Além de suas responsabilidades na FAB, Ovídio também se destacou no campo educacional. Sua paixão pela formação de líderes levou-o a lecionar Administração na Universidade Federal da Guanabara, atual UFRJ. Essa combinação de serviço militar e compromisso com a educação exemplifica a dualidade de sua vida, onde o dever patriótico e a formação cívica se entrelaçavam.
Em 1962, ao ser promovido a Major Brigadeiro Intendente(*) e transferido para a reserva remunerada, Ovídio já havia estabelecido um legado indelével.
A liderança e visão desse Congregado mariano foram reconhecidas e celebradas durante sua atuação como presidente da Confederação Nacional das Congregações Marianas do Brasil (CNCMB) durante a década de 1960.
Promoções e Condecorações
A carreira militar de Ovídio Alves Beraldo foi repleta de conquistas. Suas promoções refletem não apenas sua ascensão, mas a confiança depositada nele ao longo dos anos:
- Aspirante (1929)
- 2º Tenente (1930)
- 1º Tenente (1931)
- Capitão (1939)
- Major (1944)
- Tenente-Coronel (1946)
- Coronel (1950)
- Brigadeiro (1957)
- Major Brigadeiro (Reserva) (1962)
As condecorações que recebeu ao longo de sua carreira, como a Ordem do Mérito Aeronáutico - grau de Comendador, a Cruz de Aviação, a Medalha da Campanha da Itália e a Medalha da Campanha do Atlântico Sul, são uma prova da importância de suas contribuições inestimáveis à nação e ao respeito que conquistou entre seus pares.
Conclusão
O Congregado mariano MjorBrig Ovídio Alves Beraldo foi mais do que um mero líder militar; ele foi um educador, um mentor, e um exemplo de serviço público dedicado. Seu legado permanece tanto na história da Força Aérea Brasileira quanto na formação de novas gerações de líderes.
Ao unir seu comprometimento profissional a uma vida familiar amorosa, Ovídio deixou um impacto duradouro que é lembrado com respeito e admiração.
Ele continua a ser um símbolo vivo de integridade, patriotismo e do grande valor que a educação e a liderança têm na construção de um Brasil melhor.
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* - Major-brigadeiro: é um oficial general de três estrelas e o posto pode ser ocupado por oficiais aviadores, intendentes, médicos e engenheiros
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